Assinatura de smartphones como alternativa para a inclusão digital
Considerado um dos países mais desiguais do mundo, segundo novo estudo lançado pelo World Inequality Lab, em que destaca a discrepância de renda marcada por níveis extremos há muito tempo, o Brasil ainda enfrenta outro cenário preocupante: o do abismo digital. Quase 34 milhões de brasileiros nunca acessam à internet; a maioria deles das classes C, D e E. Aproximadamente 87 milhões não conseguem se conectar todos os dias, de acordo com levantamento do Instituto Locomotiva e da consultoria PwC. Por outro lado, o celular é o dispositivo que permite o acesso à internet mais comum entre os brasileiros.
O smartphone é usado com essa finalidade por 99% da população. Para 58% dos usuários em terras brasileiras, o aparelho é o único meio de acesso à internet, ainda segundo a pesquisa. Nesse sentido, trabalhar cada vez mais a democratização frente aos avanços tecnológicos e aos novos hábitos de consumo é, de certa forma, investir na inclusão digital. Portanto, a era dos serviços de assinatura, que chegou também aos celulares, pode ser, sim, uma aliada de destaque para ultrapassar tantos desafios existentes.
A modalidade facilita o acesso a aparelhos top de linha com serviços agregados a preços muito mais em conta. Trata-se de uma porta de entrada para promover conectividade, educação e oportunidades econômicas. Isso porque, além de já se consagrarem ferramentas de apoio dentro e fora das salas de aula, os smartphones (e as fintechs) também têm favorecido uma parcela considerável de brasileiros desbancarizados, possibilitando o ingresso ao sistema financeiro.
Ainda nesse contexto econômico, só para ter uma ideia, 79% das transações financeiras foram feitas por celular em 2022, antes 69% no ano anterior. Em 2019, esse percentual era de apenas 28%. Os dados são do boxe do Relatório de Economia Bancária, divulgado pelo Banco Central.
Outra vantagem que reflete no bolso é que as assinaturas de celulares não comprometem o limite do cartão de crédito porque a cobrança da mensalidade é lançada de maneira recorrente (mês a mês). Portanto, quem adere ao serviço não precisa se preocupar em ter um cartão com limite alto. No modelo de negócio, o consumidor ainda tem flexibilidade de escolha entre aparelhos novos e “como novos” (recondicionados com garantias e menor custo) e ainda pode assim incentivar o consumo consciente, já que o ramo privilegia a economia circular.
Enfim, quantos setores, serviços e facilidades foram e são impactados com esses dispositivos eletrônicos? Desde o rápido acesso à comunicação ao desenvolvimento de aplicativos que transformaram a sociedade e permitiram a criação de novas indústrias e formas de trabalho.
O processo de aceleração digital não tem mais volta e o smartphone já se firmou como um dos principais meios de beneficiar a população a acessos ilimitados. Portanto, já é chegada a hora de uma ação conjunta entre governos, empresas e instituições de ensino para criar, de fato, um ecossistema forte e interconectado que deve sustentar todo o potencial para chegar aos 34 milhões de brasileiros ainda desconectados.